segunda-feira, 10 de maio de 2010

Entrevista com a artista plástica Cristiane Carbone -



Nesta série de entrevistas conversaremos um pouco, para desvendamos mais um aspecto da arte que se faz ou é feita por artistas que tem alguma relação com a nossa cidade de Mauá - SP. Sabemos que para a arte, a localização geográfica não é primordial, mas é impossível que as cidades em que vivemos e construímos nossa arte, não nos afete de alguma maneira.

A arte é universal, mas nós somos geograficamente localizados, nossa obra é que nos projeta para além destes frágeis muros psicológicos que nos cercam e que chamamos de fronteiras.

A primeira entrevistada é a artista plástica Cristiane Carbone, que encontrou na pintura a óleo sobre tela sua grande expressão. Como muitos mauaenses, nasceu em Santo André/SP, em 8 de fevereiro de 1973. 

Descobriu o gosto pelo desenho aos 7 anos de idade, iniciou um curso de desenho artístico em 1990 na Escola Oficina de Artes (Santo André), onde teve o primeiro contato com a tinta a óleo, porém passou a dedicar-se inteiramente a pintura em 1994, onde iniciou aulas de pintura óleo sobre tela, no atelier do profº Edson Raposeiro. Sua primeira exposição se deu em março de 1995. Em 1997, após realizar uma série de exposições a artista passou a freqüentar aulas de pintura no atelier do prof º Euclides Rios, onde fez um curso de aprimoramento em Técnicas de Pinturas para profissionais. A artista está catalogada no Artes Plásticas Brasil Volume 10/98 (Catálogo Júlio Louzada).

Podemos conferir mais informações sobre a artista em seu blogue: http://cristianecarbone.blogspot.com/ - com muitas informações sobre a artista. exposições que participou e a sua obra, vale a pena conferir.

Vamos então à entrevista com a artista plástica Cristiane Carbone -

Uma Voz no Invisível - Qual foi seu primeiro contato com as artes plásticas e ou visuais? Quando estas artes se destacaram em seu mundo?

Cristiane Carbone - Comecei a desenhar aos 7 anos, porém eram desenhos simples, porém muito importantes para minha visão de criança. Foi aí que comecei a sonhar em ser artista um dia.

Uma Voz no Invisível - Em algum momento a escola formal (fundamental ou médio) criou em você interesse ou necessidade de fruição da arte e suas expressões?

Cristiane Carbone - Sim. Comecei a me destacar na escola, com os trabalhos e cartazes. Meus professores foram grandes incentivadores.
Estudei no SESI, entre a 6ª e a 8ª séries, onde tive grande apoio dos professores.
Eles inclusive pediam para eu ajudar nos cartazes da escola. O que valorizava o ego, pois ao invés de ficar nas aulas chatas, os professores ligados as artes solicitavam minha ajuda. Foi muito legal.

Uma Voz no Invisível - Em que momento sentiu a necessidade de se expressar como artista plástico?

Cristiane Carbone - Em 1991 fiz um curso de Desenho Artístico na Escola Oficina de Artes, em Santo André, aí tive meu 1º contato com a tinta a óleo. Foi aí que despertou em mim o interesse pela arte. Até então pensava em ser apenas uma desenhista.

Uma Voz no Invisível - Em que momento se viu ou sentiu ou foi reconhecido como artista plástico?

Cristiane Carbone - Quando realizei minha primeira exposição, que foi na agência da Nossa Caixa , em Mauá, em 1995.

Uma Voz no Invisível - Existiu ou existe uma pessoa em especial que lhe inspirou neste caminho ou lhe incentivou de forma positiva?

Cristiane Carbone - Sim, meu tio-avô paterno, Gero Mancuso. Também meu pai sempre foi meu maior incentivador e admirador da minha arte. Chegou a comprar quadros meus para presentear amigos.
Inclusive, quando solteiro, meu pai ia fazer exposição com este tio, no Embu das Artes.

Uma Voz no Invisível - Qual a sua formação na área de artes plásticas e ou visuais (mesmo as informais; oficinas, de pesquisa individual, autodidata ou coletiva e outros)?

Cristiane Carbone - Conforme citei anteriormente, realizei um curso de Desenho Artístico na Escola Oficina de Artes, Frequentei o Atelier do artista Edson Raposeiro e do ProFº Euclides Rios.

Uma Voz no Invisível - Participa de algum coletivo, grupo ou outra forma de agremiação de artistas, mesmo que não envolva a produção, mas também a mera discussão das expressões e meios de produção ou puro contato com seus pares?

Cristiane Carbone - Não

Uma Voz no Invisível - Existe alguma técnica em que se especializou? Faz outras experimentações?

Cristiane Carbone - Óleo sobre Tela, estou numa busca constante. Pra mim esta é a verdadeira manifestação artística, a busca pessoal que acaba refletindo no trabalho.

Uma Voz no Invisível - O que acha de subsídios oficiais para produção de artistas? Se utiliza ou já se utilizou destes recursos? O artista deve ser também um burocrata?

Cristiane Carbone - Sinto que falta apoio para a produção de arte e principalmente para o artista. Todos querem fazer uso da arte gratuitamente, esquecem que o artista é um profissional e necessita ser remunerado pelo seu trabalho.
Os espaços culturais que existem, não se preocupam por apoiar o trabalho do artista e remunerá-lo por isso. todos querem que o artista faça seu trabalho graciosamente.
Gostaria muito que o governo municipal da minha cidade respeitasse meu trabalho como de um profissional, valorizando e remunerando por isso.

Uma Voz no Invisível - Dê a sua opinião sobre o ensino de arte na escola formal e outras formas de educação.

Cristiane Carbone - No meu ponto de vista, a arte é o intercambio com todas as disciplinas. Capaz de envolver todos os alunos e resgatar valores que encontram-se sufocados.
A arte é um instrumento para a solução de vários problemas, a começar pela educação, pois a arte é antes de mais nada um meio de comunicação e expressão.

Uma Voz no Invisível - Quais suas influências? Algum artista ou grupo de artistas lhe serviu de inspiração para seu trabalho ou lhe incentivou a produzir arte?

Cristiane Carbone - Como citei anteriormente, sempre admirei o trabalho do meu tio-avô, e o trabalho dos dois professores de arte que tive.
Com relação a produção de arte, foi um caminho que encontrei sozinha.

Uma Voz no Invisível - Neste momento você tem a palavra, fale sobre, dê sua opinião ou alguma informação que não foi revelada pelas questões anteriores e que considere pertinente ou simplesmente queira dizer. Rasgue o verbo!

Cristiane Carbone - Gostaria sinceramente que o governo municipal de Mauá, pudesse voltar os olhares para os artistas que representam a cidade. Já tive oportunidade de levar o nome da cidade a outros estados e não tive o melhor apoio da cidade. Tenho a impressão que pensam que o artista vive de brisa, e ilusão.
Ao invés de apoio, fazem propostas que não se concretizam., o respeito é fundamental e não encontro isso na cidade em que moro por mais de 34 anos. É uma vergonha.

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