terça-feira, 11 de maio de 2010

É o Saci Urbano - Entrevista com Thiago Vaz




Dificilmente quem perambule pelas avenidas de nossas vias metropolitanas, não dê de cara com uma aparição do Saci-urbano. Foi desta maneira que o artista plástico, grafiteiro, arrivista da imagem, Thiago Vaz, encontrou para expressar sua maneira de ver este desencontro urbano em que vivemos e as criatura míticas das matas que hoje só são lembranças.
Thiago Vaz, autodidata, artista pela necessidade de colocar para fora a arte que todos tem dentro de si. Cria uma dicotomia com uma expressão tipicamente urbana que é a arte nos muros e uma criatura que vem do imaginário do Brasil colonial e rural.
Para saber mais de Thiago Vaz visite sua galeria on-line -http://www.flickr.com/photos/thiagovazart/

Vejamos o que Thiago Vaz nos tem a dizer:

Uma Voz no Invisível - Qual foi seu primeiro contato com as artes plásticas e ou visuais? Quando estas artes se destacaram em seu mundo?

Thiago Vaz - Tive dois momentos, um na infância aos sete anos de idade e outro na adolescência.

Uma Voz no Invisível - Em algum momento a escola formal (fundamental ou médio) criou em você interesse ou necessidade de fruição da arte e suas expressões?

Thiago Vaz - Acredito que tudo que passa pela nossa vida, por mais que não percebemos, influencia para a nossa arte.

Uma Voz no Invisível - Em que momento sentiu a necessidade de se expressar como artista plástico?

Thiago Vaz - Quando senti a necessidade de levar a minha arte ao público.

Uma Voz no Invisível - Em que momento se viu ou sentiu ou foi reconhecido como um artista plástico?

Thiago Vaz - Vários momentos ao longo da minha trajetória. Quando eu faço um trabalho e quem o vir adquirir um sentimento por este, sempre nesse momento eu serei reconhecido como artista plástico.

Uma Voz no Invisível - Existiu ou existe uma pessoa em especial que lhe inspirou neste caminho ou lhe incentivou de forma positiva?

Thiago Vaz - Tenho referencias de vários artistas, mas, porém, a minha companheira de certa forma muito me incentivou, mesmo que de forma negativa a primeiro momento, quando essa pessoa me criticava por viver assim, diferente da maioria, com pensamentos e princípios diferentes. No entanto, hoje ela se orgulha de mim e do meu trabalho e da o maior apoio. Ou seja, ela sempre problematizou, e isso fez com que eu nunca me acomodasse.

Uma Voz no Invisível - Qual a sua formação na área de artes plásticas e ou visuais (mesmo as informais; oficinas, de pesquisa individual, autodidata ou coletiva e outros)?

Thiago Vaz - Garanto que a minha formação pra isso foi usar da ciência de observar e ser muito curioso. Neste novo século me formei graduado em comunicação social, isso ajuda também.

Uma Voz no Invisível - Participa de algum coletivo, grupo ou outra forma de agremiação de artistas, mesmo que não envolva a produção, mas também a mera discussão das expressões e meios de produção ou puro contato com seus pares?

Thiago Vaz - Sou só, um artista solitário. Muitos podem me chamar de individualista, mas eu colaboro com vários outros grupos e coletivos, sejam eles atuantes na área de educação, de folclore, de áudio visual, de graffiti e arte tradicional. Prefiro assim, pois diversifico as experiências e isso muito me enriquece como artista e como pessoa.

Uma Voz no Invisível - Existe alguma técnica em que se especializou? Faz outras experimentações?

Thiago Vaz - Como eu disse: sou muito curioso. Então eu procuro experimentar quase todas as técnicas quando passo a conhecê-las.

Uma Voz no Invisível - Destaque alguma exposição (mostra ou outros) ou exposições das quais participou, de forma individual ou coletiva, que considere importante ou fundamental (artística ou afetiva) em sua atuação.

Thiago Vaz - A exposição que muito me ajuda no meu trabalho é a do cotidiano. É coisa de grafiteiro mesmo: saber que sua arte está em todo canto pra todo mundo, e não exclusivamente para um nicho da sociedade. Embora eu tenha participado sempre de exposições coletivas de fator artístico muito importante, aqui no ABC e em São Paulo/capital.

Uma Voz no Invisível - O que acha de subsídios oficiais para produção de artistas? Se utiliza ou já se utilizou destes recursos? O artista deve ser também um burocrata?

Thiago Vaz - Isso não dá muito certo, atrapalha a criação. O artista tem que ser artista sempre atento a sua realidade. Seria muito bom se pudéssemos ter pessoas parceiras para cuidar não só da papelada, mas também das roupas, do rango, da limpeza, do carro e dos cachorros. Seria perfeito demais pra um artista. Nunca utilizei destes recursos para um trabalho autoral, pois ai não se deve ter interferências. Utilizo sempre desses subsídio quando trabalho em coletivo, como participante.

Uma Voz no Invisível - Dê a sua opinião sobre o ensino de arte na escola formal e outras formas de educação.

Thiago Vaz - É importante, mas eu aprecio mais o autodidata.

Uma Voz no Invisível - Quais suas influências? Algum artista ou grupo de artistas lhe serviu de inspiração para seu trabalho ou lhe incentivou a produzir arte?

Thiago Vaz - Todo movimento e linguagem de arte me influência. Na época, em 97 o grupo Guerra de cores, daqui do ABC, depois o Tota de Santo André e hoje em dia eu admiro muito o trabalho do artista Britânico Banksy.

Uma Voz no Invisível - Neste momento você tem a palavra, fale sobre, dê sua opinião ou alguma informação que não foi revelada pelas questões anteriores e que considere pertinente ou simplesmente queira dizer. Rasgue o verbo! 

Thiago Vaz - O artista tem mais é que saber de seus direitos e usufruir da liberdade de expressão. E ficar atento pra não ser explorado pelo mercado capitalista que apenas da o cifrão com quantos zeros você quiser, mas não dão o valor que sua arte merece.

7 comentários:

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  3. As todos é reservado o direito de ter opinião, não acredito que este direito permita que possa se partir para ofensas pessoais. O que está em discussão é a arte. Não se deve confundir pichação com grafiti. Jean-Michel Basquiat, começou nas ruas e acabou nas grandes galerias e museus, suas obra não só é valorizada como caríssima.

    Talvez o sr. Samuel Fuzati considere que a destruição da amazônia pelas madeireiras seja uma ato de progresso para o país. O capitalismo pratica o mais vil dos vandalismos.

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  4. Sr Edson,
    concordo com você quanto as "ofensas". O fato é que, se o que ele considera arte afeta diretamente algo público, temos o direito de nos expressar à altura.

    O que considera arte ou não é opinião sua! Não serve para mim.

    Quanto a Amazônia, prefiro nem opinar a respeito, não é o ponto.

    Acontece que o Sr. só está usando a internet devido a influência ou supremacia do capital ou do dinheiro, sr. Socialista.

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  5. "A ARTE É UM ATO CRIMINOSO. NÃO RESPEITA AS REGRAS, NEM AS PRÓPRIAS." John Cage

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  6. o grafite é arte, arte que deve ser respeitada independente se voce goste ou nao pois a pixaçao para alguns é a vida para outros .

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